OPINIÃO - Por que o Brasil não vai pra frente?

Muitos tentam procurar a raiz dos problemas nas diversas áreas do Brasil. Ele, com tantas riquezas, recursos minerais e tamanho continental, tinha tudo para ser um país desenvolvido, mas não é. A corrupção é apontada como principal problema, mas este infelizmente acaba ocasionando outros problemas maiores. É como um jogo de dominós: com o brasileiro acostumado com a corrupção dos políticos, os servidores do judiciário, por exemplo, também cometem abusos que muitas vezes são piores do que os dos políticos. Além disso, há muitos benefícios do executivo, legislativo e judiciário regulamentados por lei que outros trabalhadores não recebem, o que acaba inflando as despesas públicas.
Os servidores dos três poderes deveriam, por lei, receber no máximo o teto do funcionalismo público, que é o salário dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), que já é alto se comparado a grande maioria da população. O problema é que neste teto não contam os benefícios. Como se não bastasse o enorme salário como teto, os funcionários dos três poderes (incluindo os políticos e juízes) recebem diversos auxílios, planos de saúde e cotas, sendo alguns bastante absurdos, como se com o exorbitante salário eles não conseguissem se sustentar. Foi justamente devido a esses benefícios que já foi noticiado pela imprensa um caso em que diversos juízes ultrapassaram os 100 mil reais mensais, bem acima do teto. O pior é que os juízes ainda processaram o veículo de comunicação por causa desta divulgação. Para estes casos seria bastante útil a lei de combate aos "supersalários", que impediria esses gastos com vaidades.
Os assessores de âmbito político deveriam ser pagos pelos políticos, já que trabalham para eles, não para o poder público. Os partidos políticos também deveriam ser mantidos exclusivamente por seus apoiadores. Desta forma, somente os que fizerem os eleitores se sentirem representados sobreviveriam.
Os assessores de âmbito político deveriam ser pagos pelos políticos, já que trabalham para eles, não para o poder público. Os partidos políticos também deveriam ser mantidos exclusivamente por seus apoiadores. Desta forma, somente os que fizerem os eleitores se sentirem representados sobreviveriam.
Outro problema é o número de ministérios. Eles ainda são numerosos. É possível fundir alguns ministérios semelhantes. Lembrando que fundir ministérios não iria necessariamente acabar com as áreas, mas faria elas funcionarem de forma mais simples, integrada e menos burocrática. Outro problema é que o governo possui alguns data centers distintos que, se unificados, causariam também menos burocracia e maior integração.
O número de senadores e deputados também é muito grande. Deveria se reduzir o número de senadores para 2 por estado e para cerca de 250 deputados federais no total. Um número muito grande de deputados prejudica a governabilidade e nem sempre traz a prometida representatividade.
O foro privilegiado também acaba dificultando a prisão e investigação de políticos no poder. No Senado, o projeto de sua extinção já passou, mas na Câmara está demorando para tramitar. Com esse projeto, somente os presidentes dos três poderes teriam o foro privilegiado.
O fim do imposto sindical obrigatório foi o maior avanço da reforma trabalhista, já que nem todos concordavam com as atuações de seus sindicatos. Agora, os sindicatos deverão mostrar serviço aos seus sócios se quiserem permanecer em funcionamento. O número de sindicatos no Brasil é extremamente maior do que em outros países no mundo.
Os ministros do Supremo Tribunal Federal e outros setores da justiça também deveriam chegar ao poder através de concursos públicos, não por indicação política, o que pode trazer uma troca de favores entre eles. Além disso, o tempo de mandato dos ministros de instâncias superiores deveria ser limitado. Se estas medidas não fossem possíveis, no mínimo deveria existir uma lista tríplice para o Presidente da República escolher, assim como é feito para a nomeação do Procurador-Geral da República, mas de forma obrigatória.
Outra coisa interessante que todos os órgãos públicos deveriam fazer é digitalizar todos os seus papéis e os processos que forem possíveis. Mais economia, menos espaço ocupado e o meio ambiente preservado. É fato que diversos serviços já são digitais, mas ainda há possibilidade de expansão.
O pior é que para sustentar tudo o que foi exposto acima, o país tem uma das maiores cargas tributárias do mundo sem retorno, o que acaba com pequenos negócios, diminui nosso poder de compra, e a qualidade dos serviços acaba comprometida para ser oferecida também aos mais pobres. Revoltante, não? Façamos nossa parte, fiscalizando e exigindo melhorias por parte de nossos legisladores e governantes.